domingo, 6 de março de 2011

Repensando o Advogado... (Com excertos de "As Misérias do Processo Penal" de Francesco Carnelutti)


Olá caro leitor! Voltei. Gostaria de iniciar (meio tardiamente) nesse 2011 abençoado, a falar um pouco sobre algo que tem me incomodado bastante ultimamente, gerando até certos debates intermináveis, que nunca chegam a lugar algum porque as pessoas com quem tenho debatido são irredutíveis, ficando difícil fazer-me entender. Quero defender o advogado, a amada e odiada profissão a qual me propus seguir, mostrando o quanto as pessoas em sua intolerância, (e por que não ignorância?!) negam a realidade e preferem o estereótipo.
Pois é, quem disse que aquele que era para ser o “mocinho” não se transformaria em “vilão” um dia? Assim é o advogado: Mocinho para uns, vilão para outros. Quantas pessoas já falaram mal um advogado? É incontável o seu número. Parece até automático hoje em dia, ligar a palavra “advogado” a “inescrupuloso” ou “mentiroso”, mas é exatamente nisso que erram os críticos da nossa profissão: O nome do advogado soa como um grito de ajuda: “Advocatus, vocatus ad”: Chamado para socorrer. Há muitos outros que podem socorrer, como por exemplo, o médico, mas só ao advogado se dá esse nome. Antes de qualquer coisa, é o advogado um amigo, sendo a relação entre cliente e patrono a de amizade precípua. O acusado, o delinqüente, sabe que tem das pessoas sua mais forte aversão, podendo pensar este infeliz estarem todos contra ele. Colocando-se no lugar de um desafortunado como esses, pode-se perceber o quanto são solitários em sua própria sina, necessitando de alguém que lhes faça companhia “no último degrau da escada”...
As pessoas pensam como lhes manda pensar o senso comum. Já ouvi as mais diversas opiniões sobre a marginalidade e sobre como resolvê-la: “Tem que matar todo mundo!” “Bandido bom é bandido morto”, “Pra quê presídio? Coloca eles na selva!”, “Bandido tem que ser obrigado a doar órgãos, só dá despesa!” Para meu espanto, tantas dessas pessoas professavam serem piedosas e religiosas; proclamam serem boas, mas negam ajuda àquele que é essencialmente um necessitado: O encarcerado. Não há como entender o papel do advogado, especialmente o penalista se não entendermos a psicologia do encarcerado; enxergá-lo como um necessitado é o primeiro passo. O advogado precisa aproximar-se mais do que os outros porque é ele que tem o dever de defender, e a experiência pessoal desse jovem estudante de Direito diz que para defender é preciso conhecer... E para conhecer temos que nos aproximar... É isso que na visão do leigo transforma o advogado em vilão: Acham que por se aproximar do delinqüente ele compartilha dos seus delitos, o que não é verdade...

Continua...

2 comentários:

Marina Jacinto disse...

uhu!!!!eh isso aê!!!(kkkkkkk)

Unknown disse...

Má!!!
Lê meu comentário na outra postagem de Thayrone...
Comenta tá?!

BlogBlogs.Com.Br