Acredito muito no ser humano, mas de vez em quando me irrito com a nossa forma de agir e pensar. Pode até parecer, caro leitor, mais um post filosófico, cheio de "viagens", mas não é; tem mais um tom de desabafo do que de conselho.
Pois é, somos mesmo muito egoístas e hipócritas. Os estudiosos dizem que é o instinto natural que nos faz egoístas: Para se livrar de algum perigo, noso corpo age com respostas involuntárias, nos fazendo até mesmo matar alguém que impeça nossa fuga do perigo. Incrível não? Mas essa hipótese de egoísmo instintivo é justificável, tudo bem. Lastimo-me muito mais ao ver nosso cotidiano, em ver as pessoas cada dia mais narcisistas, muito ocupadas olhando para o próprio umbigo, cuidando da forma física, ficando "saradas" enquanto fingem não ver as grandes tragédias sociais diárias, que passam despercebidas de nossa consciência cauterizada: Aquele garoto limpava pára-brisas quando você passou de carro; ou mesmo aquele mendigo que te pediu uma ajuda e você negou, mesmo podendo ajudá-lo; aquela mulher que passou em frente à sua casa triste porque perdera o marido num acidente, ou até mesmo assassinado, ao passo que você foi apenas mais um especulador da dor alheia...
É triste percebermos que mesmo com nosso discurso de paz e de compreensão, que propalamos em passeatas e em manifestos populares, somos uma grande massa hipócrita, egoísta e narcisista. Peguei pesado? Quem dera! A nossa realidade é mesmo um palco para que os atores contracenem uns com os outros, criando regras de etiqueta, formas de cumprimento, elegância no discurso político, e tantas outras "coisas pequenas" que não tiram proveito os excluídos e marginalizados da sociedade. Somos cada dia mais artificiais e nesse artificialismo, perdemos a beleza da vida, das "coisas pequenas" que impotam: O abraço sincero, o carinho de palavras que exortam sem machucar, o real interesse em melhorar a vida dos mais necessitados... Haverá sempre dentro de nós um dualismo que nos levará ao conflito pessoal. Precisamos escolher de que lado queremos ficar, de como queremos proceder com o próximo, porque, já dizia Isaac Newton, em suas célebres leis da física: "Toda ação requer uma reação". Aquilo que fazemos tem total ligação com aquilo que recebemos, sem dúvida.
Gostaria de evitar o egoísmo e a hipocrisia, de apagá-los, de esquecê-los. Mas a velha natureza humana não permite. O que fazer, estão? Comecei escrevendo esse post, tomando consciência de que estou agindo errado. Comece você também a conscientizar-se!
Carpe diem!
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